segunda-feira, 7 de março de 2022

Convidando Rubem Braga para aguçar a criatividade - A PRIMEIRA MULHER DO NUNES




Rubem Braga - Cronista e jornalista brasileiro -  (1913-1990). Há muito que se ler de Rubem Braga, procure outros textos deste excelente escritor, e saiba mais sobre ele:


BIOGRAFIA

ALGUMAS CRÔNICAS DE RUBEM BRAGA


Leia o excelente texto do autor, e depois crie a sua história baseada na premissa desta crônica. Aqui ele fala da primeira mulher do Nunes, mas você vai falar sobre outro tema, algo muito desejado (um carro, uma mansão, um barco, uma fazenda, uma mulher difícil, um cavalo puro-sangue, uma Harley, um pretendente que não nota sua presença, uma joia).



A primeira mulher do Nunes 

Rubem Braga

Hoje, pela volta do meio-dia, fui tomar um táxi naquele ponto da Praça Serzedelo Correia, em Copacabana. Quando me aproximava do ponto notei uma senhora que estava sentada em um banco, voltada para o jardim; nas extremidades do banco estavam sentados dois choferes, mas voltados em posição contraria, de frente para o restaurante da esquina. Enquanto caminhava em direção a um carro, reparei, de relance, na senhora. Era bonita e tinha ar de estrangeira; vestia-se com muita simplicidade, mas seu vestido era de um linho bom e as sandálias cor de carne me pareceram finas. De longe podia parecer amiga de um dos motoristas; de perto, apesar da simplicidade de seu vestido, sentia-se que nada tinha a ver com nenhum dos dois. Só o fato de ter sentado naquele banco já parecia indicar tratar-se de uma estrangeira, e não sei por que me veio a idéia de que era uma senhora que nunca viveu no Rio, talvez estivesse em seu primeiro dia de Rio de Janeiro, entretida em ver as árvores, o movimento da praça, as crianças que brincavam, as babás que empurravam carrinhos. Pode parecer exagero que eu tenha sentido isso tudo de relance, mas a impressão que tive é que ela tinha a pele e cabelos muito bem tratados para não ser uma senhora rica ou pelo menos de certa posição, deu-me a impressão de estar fruindo um certo prazer em estar ali, naquele ambiente popular, olhando as pessoas com um ar simpático e vagamente divertido; foi o que me pareceu no rápido instante em que nossos olhares se encontraram.

Como o primeiro chofer da fila alegasse que preferia um passageiro para o centro, pois estava na hora de seu almoço, e os dois carros seguintes não tivessem nenhum chofer aparente, caminhei um pouco para tomar o que estava em quarto lugar. Tive a impressão de que a senhora se voltara para me olhar. Quando tomei o carro e fiquei novamente de frente para ela, e enquanto eu murmurava para o chofer o meu rumo – Ipanema – notei que ela desviava o olhar; o carro andara apenas alguns metros e, tomado de um pressentimento, eu disse ao chofer que parasse um instante. Ele obedeceu. Olhei para a senhora, mas ela havia voltado completamente a cabeça. Mandei tocar, mas enquanto o velho táxi rolava lentamente ao longo da praia eu fui possuído pela certeza súbita e insistente de que acabara de ver a primeira mulher do Nunes.

– Você precisa conhecer a primeira mulher do Nunes – me disse uma vez um amigo.

– Você precisa conhecer a primeira mulher do Nunes – me disse outra vez outro amigo.

Isso aconteceu há alguns anos, em São Paulo, durante os poucos meses em que trabalhei com o Nunes. Eu conhecera sua segunda mulher, uma morena bonitinha, suave, quieta – pois ele me convidara duas vezes a jantar em sua casa. Nunca me falara de sua primeira mulher, nem sequer de seu primeiro casamento. O Nunes era pessoa de certo destaque em sua profissão e afinal de contas um homem agradável, embora não brilhante; notei, entretanto, que sempre que alguém me falava dele era inevitável uma referência à sua primeira mulher.

Um casal meu amigo, que costumava passar os fins de semana em uma fazenda, convidou-me certa vez a ir com eles e mais um pequeno grupo. Aceitei, mas no sábado fui obrigado a telefonar dizendo que não podia ir. Segunda-feira, o amigo que me convidara me disse:

– Foi pena você não ir. Pegamos um tempo ótimo e o grupo estava divertido. Quem perguntou muito por você foi a Marisa.

– Quem?

– A primeira mulher do Nunes.

– Mas eu não conheço…

-Sei, mas eu havia dito a ela que você ia. Ela estava muito interessada em conhecer você.

A essa altura eu já sabia várias coisas a respeito da primeira mulher do Nunes; que era linda, inteligente, muito interessante, um pouco estranha, judia italiana, rica, tinha cabelos castanho-claros e olhos verdes e uma pele maravilhosa – “parece que está sempre fresquinha, saindo do banho”, segundo a descrição que eu ouvira.

Quando dei de mim eu estava, de maneira mais ingênua, mais tola, mais veemente, apaixonado pela primeira mulher do Nunes. Devo dizer que nessa ocasião eu emergia de um caso sentimental arrasador – um caso que mais de uma vez chegou ao drama e beirou a tragédia e em que eu mesmo, provavelmente, mais de uma vez, passei os limites do ridículo. Eu vivia sentimentalmente uma hora parda, vazia, feita de tédio e remorso; a lembrança da história que passara me doía um pouco e me amargava muito. Além disso minha situação não era boa; alguns amigos achavam – e um teve a franqueza de me dizer isso, quando bêbado – que eu estava decadente em minha profissão. Outros diziam que eu estava bebendo demais. Enfim, tempos ruins, de moral baixa e ainda por cima de pouco dinheiro e pequenas dívidas mortificantes. Naturalmente eu me distraía com uma ou outra historieta de amor, mas saía de cada uma ainda mais entediado. A imagem da primeira mulher do Nunes começou a aparecer-me como a última esperança, a única estrela a brilhar na minha frente. Esse sentimento era mais ou menos inconsciente, mas tomei consciência aguda dele quando soube que ela ganhara uma bolsa esplêndida para passar seis meses nos Estados Unidos. Senti-me como que roubado, traído pelo governo norte-americano. Mas a notícia veio com um convite – para o jantar de despedida da primeira mulher do Nunes.

Isso aconteceu há quatro ou cinco anos. Mudei-me de São Paulo, fiz algumas viagens, resolvi parar mesmo no Rio – e naturalmente me aconteceram coisas. Nunca mais vi o Nunes. Aliás, nos últimos tempos de nossas relações, eu me distanciara dele por um absurdo constrangimento, o pudor pueril do que ele pudesse pensar no dia em que soubesse que entre mim e a sua primeira mulher… Na realidade nunca houve nada entre nós dois; nunca sequer nos avistamos. Uma banal gripe me impediu de ir ao jantar de despedida; depois eu soube que sua bolsa fora prorrogada, depois ouvi alguém dizer que a encontrara em Paris – enfim, a primeira mulher do Nunes ficou sendo um mito, uma estrela perdida para sempre em remotos horizontes e que jamais cheguei a avistar.

Talvez fosse mesmo ela que estivesse pousada hoje, pelo meio-dia, na Praça Serzedelo Correia, simples, linda e tranquila. Assim era a imagem que eu fazia dela; e tive a impressão de que seu rápido olhar vagamente cordial e vagamente irônico tentava me dizer alguma coisa, talvez contivesse uma espantosa e cruel mensagem: “eu sei quem é você; eu sou Marisa, a primeira mulher do Nunes; mas nosso destino é não nos conhecermos jamais…”

 

O CONTRASTE QUE RONDA OS PERSONAGENS

 


Que tal criar personagens que contrastam com seu modo de vida?

É importante que não sejam eles certinhos, sem manias, sem defeitos. As pessoas erram, têm manias, defeitos e algumas são maldosas, falsas, mentirosas, invejosas...

Talvez aguce sua criatividade o fato de sugerirmos personagens contrastantes. Vamos tentar:


Um padre que não acreditava na religião


Uma freira pecadora


Um comerciante que não sabia fazer contas


Um crítico literário que não lia


Um andarilho que nunca tinha andado de automóvel


Um fantasma que odiava assustar as pessoas


Um jardineiro que tinha alergia de plantas


Um médico que desmaiava ao ver sangue


Uma mulher que queria casar, mas não queria viver com o cônjuge. 



Estas são apenas algumas sugestões, mas estamos certos de que já brotaram em sua mente, outras ideias de personagens contraditórios.  Aproveite-as.


HISTÓRIA FRASE POR FRASE... - ATIVIDADE LÚDICA - BRINCADEIRA - JOGO

 




HISTÓRIA  - FRASE POR FRASE...


JOGO DE CRIATIVIDADE E MEMÓRIA RÁPIDA


HISTÓRIA  VAI SENDO MONTADA COM A PALAVRA DO COLEGA

 

CADA PARTICIPANTE ESCREVE UMA PALAVRA NO PAPEL – LETRA LEGÍVEL 

PODE SER VERBO / SUBSTANTIVO / ADJETIVO / NUMERAL.

 

Modo de brincar:

 

O primeiro mostra a palavra dele para o seu vizinho, que terá que inventar uma frase (começo de uma história) com a palavra que ele estiver lendo: (por exemplo: BICICLETA


Era uma vez um homem que só andava de bicicleta....


Em seguida esse criador dessa frase, mostra para o outro vizinho, a palavra que ele escreveu no papel. 

E esse outro vizinho tem que continuar a história iniciada acrescentando a sequência:  (Por exemplo: CANIVETE).




 Era uma vez um homem que só andava de bicicleta e nunca deixava de ter no bolso um canivete...


Esse participante mostra para o seguinte a sua palavra, suponha que seja a palavra CRUZ.

Este terá que repetir tudo que ouviu,  e inventar uma sequência: 




Era uma vez um homem que só andava de bicicleta e nunca deixava de ter no bolso um canivete com um desenho de uma cruz.


E assim por diante. Sempre repetindo a história inteira que já foi criada pelos colegas, como exercício de memória.  

Formular frases curtas para que a história não fique muito longa.

O último vai mostrar sua palavra para aquele primeiro, que será quem vai finalizar a história.

Todos devem ficar atentos para corrigir possíveis falhas no reconte. 



3 CENÁRIOS - 3 HISTÓRIAS

 



 Eis aqui três imagem que remetem à fatos, à pessoas, a conflitos, a enredos e podem render bons desfechos.

Desafio a criar as três histórias.

Ou se preferir, criar uma história envolvendo as três imagens. Ah, não precisa seguir  a ordem das imagens.

Voilá! 

(imagem 1)


(imagem 2)



(imagem 3)


E se? - Arrisque-se aos tantos temas sugeridos nesta postagem

 


Cadeia de ideias.





E se meu personagem fosse perturbado, 
desconfiado, e capaz das maiores atrocidades?

























JUNTANDO LETRINHAS PARA FORMAR PALAVRAS





Mais de 170 palavras podem nascer deste quadro.

Vamos tentar?



SEU PERSONAGEM DEVE TER SENTIMENTOS

 





ESCREVA SOBRE O QUE TE ASSUSTA

 



ESCREVA SOBRE O QUE TE CAUSA ESPANTO!

Para levar minha escrita a um nível mais profundo, descobri que o melhor é, simplesmente, escrever sobre o que me assombra.  

Eu agora mantenho uma placa na porta do meu escritório, que diz:

ESCREVA O QUE ASSUSTA VOCÊ.

Aprendi que explorar as coisas difíceis como a perda, ou o monstro que espreita as memórias da infância, é o que, em última análise, dá à história o poder de pular da página e agarrá-lo pelo colarinho

Sarah Jio


JUNTE AS LETRAS E FORME PALAVRAS - MANTENHA SEU CÉREBRO ATUANTE!

 

JUNTE AS LETRAS E FORME PALAVRAS

MANTENHA SEU CÉREBRO ATUANTE!





Esta atividade preenche bem o tempo entre amigos, 
em sala de aula, e encontros familiares. 


Aqui já aparecem algumas palavras formadas. 
Tente outras, pelo menos outras 50 palavras devem nascer deste quadro.



ENCONTRE PELO MENOS 50 PALAVRAS JUNTANDO LETRAS:

LAMA

LATA

LAPA

TEM


LENTA

LEMA

LENTO

PANE


PATA

PENA

TEMA

PELA


PONTA

POTE

PATO

TEMPO


TAMPA

PELO

TOPA

NELA





JUNTE AS LETRAS E FORME PALAVRAS - ATIVE SUA MEMÓRIA

Quantas palavras podem nascem dessas letras?

Quantos temas, conflitos ficcionais podem brotar dessas ideias?


Vamos tentar?









CADEIA DE MEMÓRIA GEOGRÁFICA - TUDO MUITO RÁPIDO

 












OUTRA FORMA - OUTRA ATIVIDADE - Criando contos ligando pontos

 



Criando contos ligando pontos

TABELINHA PARA AGUÇAR A ESCRITA CRIATIVA

Nesta atividade você tem mais de dez possibilidades de temas e conflitos. 

Tente.

 

SUBSTANTIVO

PERSONAGEM

 

ADJETIVO

CARACTERÍSTICA

 

VERBO

AÇÃO

VERBO

DESFECHO

1

Repórter

1

Atrapalhada

1

Esquecer

 

2

Gato

2

Briguento

2

Fugir

 

3

Vassoura

3

Preguiçosa

3

Dormir

 

4

Freira

4

Desconfiada

4

Espionar

 

5

Carroça

5

Apressada

5

Sacudir

 

6

Mulher

6

Sabichona

6

Enganar

 

7

Bruxa

7

Esperta

7

Mentir

 

8

Menina

8

Elegante

8

Calar

 

9

Moço

9

Inteligente

9

Ganhar

 

10

Homem

10

Romântico

10

Casar