terça-feira, 30 de maio de 2017

JOGO DE TERMINAÇÃO DE PALAVRAS (Lúdico)

JOGO DE TERMINAÇÃO DE PALAVRAS

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Este jogo tem por finalidade motivar o pensar na sonoridade das palavras, o que contribui com o pensar poético.

Individual:

Cada pessoa deve estar  munida de caneta e papel, sentados à mesa. O jogo corre no sentido horário.

O monitor lança uma palavra qualquer para começar o jogo, por exemplo, a palavra “pedante”. Palavra que será anotada por todos, pois não poderá ser repetida sob pena de sair do jogo. Daí por diante, na sequência adotada, o aluno diz,  em até 5 segundos, outra palavra com a terminação “ante”, por exemplo “confiante”, que deverá ser anotada por todos para que não seja repetida .

Imediatamente o terceiro aluno ganha a vez e diz nova palavra que será anotada (sempre), e assim por diante.

Sai do jogo quem repete palavra, ou quem passar dos 5 segundos sem se lembrar de nenhuma palavra para jogar.


Dessa maneira o grupo vai diminuindo até que ficam dois na disputa, já com bem poucas palavras “ante” disponíveis para jogar. E o último resistente é o ganhador.


DESAFIO 6 - VENDA OU DOAÇÃO DE ANIMAL DE ESTIMAÇÃO

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DESAFIO 6 – VENDA OU DOAÇÃO DE SEU ANIMAL DE ESTIMAÇÃO

Crie um anúncio vendendo ou doando seu animal de estimação, descreva-o, mostre na narrativa como ele é, conte alguns fatos que façam  com que o leitor se interesse pelo bichinho.
Você dispõe de até 20 linhas para isso, use a fonte Arial tamanho 12.

Meu exemplo:

Kika e nós. 

Aqui em casa somos três, eu, minha esposa, e a Kika, uma gata manhosa de pelagem farta e muito branca. Kika chegou para a família no ano passado e foi fácil amá-la e paparicá-la. Ela se deixou acariciar desde o primeiro instante,  e se enrosca com frequência em nossas pernas em busca de mais carícia. É dócil e adora se aninhar nos braços da gente. Apesar de ter sua própria caminha, pela madrugada vai para nossa cama e fica sobre nossos pés até o relógio despertar. Nunca destruiu nada aqui em casa, ao contrário do que ouço falar de outros gatos, ela é do tipo educada e carismática.

A Kika só come ração. Sempre a levamos em viagens, ela se adaptou muito bem à estrada, é uma grande companheira. Não temos cachorro, mas nem precisaria, pois ela é uma verdadeira guardiã.

Gosta do banho quente no chuveiro, e de brincar na banheira com  bolinhas coloridas. Se deixar ela passa uma tarde inteira em plena diversão.


Não temos filhos ainda e nem conseguiríamos ter neste quartinho onde moramos. Com sacrifício compramos nosso apartamento. É pequeno, mas os quartos são bem arejados, tem uma varanda, e uma vaga na garagem. Vamos nos mudar no mês que vem, pois minha esposa está grávida. Estamos muito felizes. Acontece que lá não aceitam animais, então estamos doando a Kika. Quem tiver interesse mande mensagem in box.



Não se esqueça de mandar seu nome completo, grau de instrução, idade, cidade, Estado e País onde mora.


No assunto: 

DESAFIO 6 - VENDA OU DOAÇÃO DE ANIMAL DE 

ESTIMAÇÃO


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DESAFIO 5 - CONTO COM ALGARISMOS


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DESAFIO 5 - CONTO COM ALGARISMOS

Criar um conto com menos de 400 palavras contendo pelo menos dois algarismos em cada frase. Pode ser algarismo arábico,  romano, numeral decimal, fracionário, vale tudo.

Meu exemplo:

O sexto sentido

Era dez de fevereiro em São Paulo, quarta-feira. Parei diante do novecentos e oito da Rua XV de Novembro, aos cinco minutos para as dez. O prédio do banco era antigo, mas conservado. Mil oitocentos e noventa,  dizia a estampa no topo da fachada.

Havia já umas seis pessoas esperando comigo na escadaria quando um oitavo estranho jovem  alto com pelo menos um metro e noventa, não devia ter mais que trinta anos, se juntou ao grupo. Usava uma jaqueta preta de capuz com o número quarenta e um às costas.

Outros também o espreitavam, desconfiados. Logo um  rapaz de  vinte e cinco,  e uma moça mais velha com uns trinta anos,  se misturaram, totalizando agora dez pessoas, e só faltavam dois minutos para que as quatro portas de aço se abrissem.

Tentei me posicionar no segundo degrau da escadaria, estabelecendo uma ordem de atendimento. À minha frente o jovem de jaqueta quarenta e um, não arredou pé. Um idoso com mais setenta subiu os degraus e se pôs na frente de todos.

De repente o jovem quarenta e um, o idoso, a moça trinta e o sujeito vinte e cinco, entraram na agência apontando armas, segurando quatro maletas vazias,  gritando:

É um assalto! Desliguem as oito câmeras, desativem os doze botões de alarmes, e fiquem todos neste canto. Todos, eu disse! – gritou nervoso o quarenta e um.

Não levou mais que vinte minutos essa tortura, e saíram com as malas cheias pela mesma porta que entraram. Lá fora a surpresa. Havia dezenas de viaturas, e mais de quarenta policiais apontando os calibres 38 para eles.

Fico sempre atento ao meu sexto sentido, e ele nunca me traiu. Assim que desconfiei do quarenta e um, fiz uma foto dele e mandei para a terceira delegacia onde meu irmão é delegado. Na hora já sabiam que era um contumaz ladrão de banco e tomaram as devidas providências. Ainda antes de entrarmos recebi um whats dizendo que chegariam em cinco minutos.


Eu e meu sexto sentido já deciframos uma dezena de casos esquisitos.



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segunda-feira, 29 de maio de 2017

DESAFIO 4 - COMEÇA COMO TERMINOU E TERMINA COMO COMEÇOU


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COMEÇA COMO TERMINOU 

E TERMINA COMO COMEÇOU


DESAFIO 4  

O desafio agora é criar um conto cujo tema seja: O homem do sapato marrom.
O final de cada frase será o início da frase que virá em seguida.
O texto deve terminar com a mesma frase que começou.

Meu exemplo:


O homem de sapatos marrons

Dionísio era um homem serio que usava sempre sapatos marrons, dizia que os pretos não davam sorte,  era de poucos amigos, e muita cultura.

Muita cultura ele adquiriu em tantas viagens que teve que realizar  desde a juventude.

Desde a juventude, Dionísio se cercou de muitos livros, muito dinheiro, muita cautela e nenhuma namorada.

Nenhuma namorada, mesmo! Ele até gostou da Filomena que era bibliotecária, mas ele era tão introspectivo que ela nunca notou.

Nunca notou que a vida estava escorrendo pelas frestas e ele ia esquecendo-se de sorrir, de se divertir.

Se divertir era o que ele jamais fazia. Foi ao cinema algumas vezes, mas isso não contava como diversão. Foi à praia uma dúzia de vezes, mas não para se divertir. Foi assistir a dois espetáculos musicais, fazendo companhia para o dono da empresa em que trabalhava. Mas, Dionísio era tão vazio e chato que jamais foi convidado novamente.

Novamente a vida estava escorrendo pelos vãos dos dedos e o homem de sapatos marrons se viu adoentado e fraco para seguir com o mesmo ritmo de antes. Confinou-se numa casa de repouso e tratou de repousar como jamais foi capaz de fazer.

Jamais foi capaz de fazer amigos e agora não havia quem lhe desse a mão, nem quem olhasse em seus olhos.

Seus olhos riscavam um preguiçoso vaivém querendo se fechar, enquanto alguns pensamentos lhe abatiam. Como pôde viver sem nunca ter sido feliz, pensava.

Pensava Dionísio, o homem serio que usava sempre sapatos marrons, dizia que os pretos não davam sorte,  era de poucos amigos, e muita cultura.





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DESAFIO 4 - COMEÇA COMO TERMINOU E 

TERMINA 

COMO COMEÇOU

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DICAS - METÁFORAS - APRENDA A EMPREGÁ-LAS





7 dicas para usar (bem) metáforas e comparações

Todos nós, em algum momento do ensino fundamental ou médio, aprendemos que a metáfora é uma figura de linguagem utilizada quando substituímos um termo por outro que não possui o seu sentido originário, criando uma ligação semântica antes inexistente. E comparação é a figura em que se compara um elemento com outro, dando-lhe um sentido conotativo. Em outras palavras, quando dizemos uma coisa significando outra. Mas, para escritoras e escritores, elas podem ser bem mais do que isso.

Para os efeitos desse artigo, usaremos metáfora como sinônimo de comparação, mesmo tendo a consciência que são figuras distintas.

O que uma metáfora pode significar para quem escreve?

A metáfora é a possibilidade de criar imagens, de moldar a imaginação, de tocar os sentidos de quem lê, uma fonte de riqueza e beleza para o texto. Por exemplo, nas duas sentenças: “enfrentava um monstro gigante, com vinte e cinco metros de altura” e “enfrentava uma criatura imensa, uma montanha em movimento”, a primeiro é uma descrição denotativa e expositiva sobre o tamanho do monstro. Na segunda, percebemos que, com o uso da metáfora, conseguimos evocar uma imagem e trazer informação sobre monstro – maciço, gigante e lerdo -,enriquecendo o texto.

Porém, se mal empregada, a metáfora pode também desvalorizar a obra, torna-la  amadora ou, no minimo, preguiçosa.

Para a literatura especulativa, a metáfora é um recurso essencial. Trabalhamos com a criação de mundos, com coisas que não existem na realidade, com ideias místicas ou tecnológicas que precisamos descrever e fazer com que leitoras e leitores as experimentem e sintam. Trabalhamos com a imaginação. E as metáforas ajudam muito a lidar com a imaginação.

Por isso, trazemos sete dicas de como trabalhar bem suas metáforas.

1 – Evite metáforas batidas e genéricas

“Ela era bela como uma flor”. Quantas vezes você já não leu ou ouviu isso? Bem, esse é um exemplo clássico de uma metáfora batida, ou seja, metáforas tão usadas que soam preguiçosas, repetitivas. Elas não atraem a atenção da leitora ou leitor, parecendo que estão ali apenas para preencher um espaço.  As metáforas batidas empobrecem o texto, pois demonstram falta de empenho de quem escreveu em pensar um pouquinho mais sobre o que descrevia.

Continuando no mesmo exemplo: o que quer dizer ser bela como uma flor? Que era viva? Perfumada? Colorida? Qual flor? Que imagem concreta, ou que ideia específica essa metáfora dá sobre a personagem a que se refere? No fundo, quando paramos para pensar, ela não diz muito sobre quase nada. Uma metáfora sempre deve vir ao texto para dizer algo, passar uma ideia, um sentimento ou uma imagem. Se está sendo usada sem um bom motivo e justificativa, ela é desnecessária e está poluindo o texto.

Evite metáforas comuns e, principalmente, aquelas que não acrescentam informação, sentimento ou imagem. E procure surpreender e intrigar a leitora ou leitor com a metáfora, usando comparações inusitadas, mas que façam total sentido dentro do contexto. “Era bela como o choque de duas nebulosas”, funciona bem melhor, especialmente considerando o tópico seguinte.

2 – Procure metáforas que sejam condizentes com a cena ou com a personagem que a está usando

Muitas vezes pensamos em uma metáfora linda, e queremos usá-la para aquele momento da história. “Ela tinha a beleza de um vulcão em erupção” pode parecer uma metáfora interessante, mas não será caso a história se passe em uma nave espacial, após uma fuga de um Terra destruída, viajando para outra galáxia há quatro gerações. Vulcões seriam coisas de livros de história que não fariam parte do imaginário popular dessas pessoas. Uma metáfora que destoe do cenário e do contexto pode afetar seriamente a Suspensão de Descrença da leitora ou leitor, jogando-o um pouco para fora da história. No exemplo, se o narrador está procurando uma comparação com um evento natural que seja belo e aterrorizante, poderia usar  a metáfora acima “Era bela como o choque de duas nebulosas”, dentro do contexto de ficção cientifica espacial.

Claro que o contexto da história pode e deve ser mais complexo. Digamos que o narrador seja uma personagem que é aficcionada pela história e fenômenos naturais da Terra, especialmente vulcões. Isso foi desenvolvido durante a história. Nesse caso, seria cabível e não fugiria ao contexto o exemplo da beleza de um vulcão em erupção, pois está sendo usado por uma personagem para quem essa imagem, essa metáfora, significa algo e tem intensidade.

É interessante pensar em usar metáforas que estejam dentro do contexto. Em uma história que se passa no mar, as metáforas podem ser aquáticas, molhadas, vastas como o oceano, por exemplo.

3 – Use metáforas sinestésicas

“Quando nos aproximamos, senti em seus cabelos o cheiro do vento”. A sinestesia é a mistura de sentidos que não são óbvios. Ou seja, quando você cheira uma cor, vê um sabor, tateia um som. A sinestesia é um grupo forte das metáforas, com uma pegada poética muito interessante, além de surpreender e intrigar a leitora ou leitor. Elas funcionam perfeitamente quando ajustadas ao contexto e, principalmente, à personagem que a sente. Escolha o sentido mais relevante para aquela personagem e a faça sentir a partir dele. Faça correlações que possam dizer algo sobre aquela personagem, sua personalidade, suas vontades. Sentir o cheiro do vento nos informa, por exemplo, que sentido do olfato é presente na vida dessa personagem, e a metáfora do vento nos traz a ideia de liberdade e dos cabelos soltos.

A sinestesia pode ser sua amiga. Abrace-a! E use com sabedoria.

4 – Tente ir além da metáfora

Metáforas significam algo. Elas dão um sentido mais profundo, um polissignificado para determinada passagem. Dizem sobre estado de espírito, sobre o que a personagem vê e sente além do básico e descritivo. Quando você usa metáforas, você cria um vínculo entre aquelas imagens, entre aqueles significados com as suas personagens e os cenários. Aprofunde isso, faça com que a leitora ou leitor sinta essa ligação. Use as metáforas para trabalhar esse aspecto poético e lúdico da personalidade, o sentimento de uma maneira tangente e singela, ou mesmo bravia e tempestuosa. Explore essa possibilidade. Isso pode dar profundidade ao texto. Apenas tome o cuidado de não exagerar. Tudo demais cansa.

5 – Não seja preguiçoso e não tenha pressa

Essa é uma dica bem direta. Não seja preguiçoso em procurar a metáfora certa. Tente, pense, planeje. Procure a exata metáfora que você precisa para aquele momento, para a construção daquela cena. Isso pode levar um tempo e pode ser que você tenha que marcar a passagem e revisita-la. Não tenha preguiça de procurar o texto perfeito, mas também não tenha pressa para acaba-lo de qualquer jeito. A escolha de uma boa metáfora exige uma ponderação e um conhecimento profundo do que se quer escrever. E tenha paciência para mudá-la quantas vezes for necessário.

6 – Revise e veja se realmente funcionou

Quase sempre, é mais trabalhoso revisar um texto do que escrevê-lo. As revisões podem se estender ao infinito, pois sempre haverá algo que você mudaria. Isso poderia ser uma dica geral, mas em relação às metáforas, é preciso ficar muito atento se a execução foi realmente bem feita. Lembre-se, uma metáfora ruim é um caminho certo para desfazer aSuspensão de Descrença de quem está lendo. Por isso, é importante revisar e ter discernimento o suficiente para saber se sua metáfora, por mais linda que seja, está funcionando naquele contexto.

7 – Tenha desapego com sua metáfora

Aí você escreveu a melhor metáfora do mundo. Ela é perfeita, uma imagem belíssima, uma construção textual genial. Mas, ao lê-la na história, percebe que ela não se encaixa bem no contexto e, sinceramente, a leitora beta também disse que nem ficou tão genial assim.

Metáforas são um apelo ao emocional e à imaginação. Por isso, é fácil que nosso envolvimento, enquanto autoras e autores, não nos deixe perceber que ela não é ideal, ou então, mesmo percebendo, achamos que pode passar, forçando um pouco a barra.

É uma decisão difícil, mas é importante ter desapego a sua metáfora. Deixe-a guardada em uma anotação separada. Garantimos que ela pode ser útil eventualmente. Mas não a force em um texto que ela não está funcionando perfeitamente. Você não apenas vai estragar uma metáfora que gostou tanto, mas também vai deixar sua história aquém do que ela poderia ser. Praticar o desapego é importante, inclusive na literatura.

No mais, divirta-se escrevendo. Algumas metáforas malucas também podem ser interessantes. E lembre-se, nenhuma regra ou técnica é imperativa. Você é livre para não usá-la, se assim achar melhor.

Tem mais alguma dica em relação às metáforas? Quer dividir seus truques com a gente? Deixa aí nos comentários =)




TEXTO: Comunicação - Luiz Fernando Veríssimo




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COMUNICAÇÃO
Luís Fernando Veríssimo

É importante saber o nome das coisas. Ou, pelo menos, saber comunicar o que você quer. Imagine-se entrando numa loja para comprar um... um... como é mesmo o nome?
- Posso ajudá-lo, cavalheiro?
- Pode. Eu quero um daqueles, daqueles...
- Pois não?
- Um... como é mesmo o nome?- Sim?
- Pomba! Um... um... Que cabeça a minha. A palavra me escapou por completo. É uma coisa simples, conhecidíssima.
- Sim senhor.
- O senhor vai dar risada quando souber.
- Sim senhor.
- Olha, é pontuda, certo?
- O quê, cavalheiro?
- Isso que eu quero. Tem uma ponta assim, entende? Depois vem assim, assim, faz uma volta, aí vem reto de novo, e na outra ponta tem uma espécie de encaixe, entende? Na ponta tem outra volta, só que esta é mais fechada. E tem um, um... Uma espécie de, como é que se diz? De sulco. Um sulco onde encaixa a outra ponta, a pontuda, de sorte que o, a, o negócio, entende, fica fechado. É isso. Uma coisa pontuda que fecha. Entende?
- Infelizmente, cavalheiro...
- Ora, você sabe do que eu estou falando.
- Estou me esforçando, mas...
- Escuta. Acho que não podia ser mais claro. Pontudo numa ponta, certo?
- Se o senhor diz, cavalheiro.
- Como, se eu digo? Isso já é má vontade. Eu sei que é pontudo numa ponta. Posso não saber o nome da coisa, isso é um detalhe. Mas sei exatamente o que eu quero.
- Sim senhor. Pontudo numa ponta.
- Isso. Eu sabia que você compreenderia. Tem?
- Bom, eu preciso saber mais sobre o, a, essa coisa. Tente descrevê-la outra vez. Quem sabe o senhor desenha para nós?
- Não. Eu não sei desenhar nem casinha com fumaça saindo da chaminé. Sou uma negação em desenho.
- Sinto muito.
- Não precisa sentir. Sou técnico em contabilidade, estou muito bem de vida. Não sou um débil mental. Não sei desenhar, só isso. E hoje, por acaso, me esqueci do nome desse raio. Mas fora isso, tudo bem. O desenho não me faz falta. Lido com números. Tenho algum problema com os números mais complicados, claro. O oito, por exemplo. Tenho que fazer um rascunho antes. Mas não sou um débil mental, como você está pensando.
- Eu não estou pensando nada, cavalheiro.
- Chame o gerente.
- Não será preciso, cavalheiro. Tenho certeza de que chegaremos a um acordo. Essa coisa que o senhor quer, é feito do quê?
- É de, sei lá. De metal.
- Muito bem. De metal. Ela se move?
- Bem... É mais ou menos assim. Presta atenção nas minhas mãos. É assim, assim, dobra aqui e encaixa na ponta, assim.
- Tem mais de uma peça? Já vem montado?
- É inteiriço. Tenho quase certeza de que é inteiriço.
- Francamente...
- Mas é simples! Uma coisa simples. Olha: assim, assim, uma volta aqui, vem vindo, vem vindo, outra volta e clique, encaixa.
- Ah, tem clique. É elétrico.
- Não! Clique, que eu digo, é o barulho de encaixar.
- Já sei!
- Ótimo!
- O senhor quer uma antena externa de televisão.
- Não! Escuta aqui. Vamos tentar de novo...
- Tentemos por outro lado. Para o que serve?
- Serve assim para prender. Entende? Uma coisa pontuda que prende. Você enfia a ponta pontuda por aqui, encaixa a ponta no sulco e prende as duas partes de uma coisa.
- Certo. Esse instrumento que o senhor procura funciona mais ou menos como um gigantesco alfinete de segurança e...
- Mas é isso! É isso! Um alfinete de segurança!
- Mas do jeito que o senhor descrevia parecia uma coisa enorme, cavalheiro!

- É que eu sou meio expansivo. Me vê aí um... um... Como é mesmo o nome?

DICA - O ICEBERG DE HEMINGWAY



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A importância do não-dito

Pense no texto que mais marcou sua vida. Vamos lá, aquele que de alguma forma nunca saiu de sua memória, de seu coração. Provavelmente você tenha pensado num texto de ficção (e não em ensaios, resenhas, leis, entrevistas, etc). E mais provavelmente ainda tenha pensado num romance, conto ou novela. Por quê? Porque o bom texto literário tem o objetivo de permanecer para além de seu tempo, de transformar o leitor, fazendo-o refletir sobre si e sobre o mundo. E o que caracteriza esse texto literário que pode ser útil para a produção de todo e qualquer texto criativo? O SUBTEXTO.

O leitor, se o escritor está escrevendo com verdade suficiente, terá uma sensação mais forte do que se o escritor declarasse tais coisas. A dignidade do movimento do iceberg é devida ao fato de apenas um oitavo de seu volume estar acima da água." Ernest Hemingway

“A Literatura, como as demais formas de expressão artística, deve grande parte de seu poder encantatório ao ocultamento e à sugestão, residindo sua força no subtexto que é capaz de engendrar o autor." Cíntia Moscovich

“Você sabe qual é a diferença entre o escritor e o jornalista? O jornalista se define por aquilo que diz, e o escritor, por aquilo que cala." Elie Wiesel

O subtexto (ou não dito, o que está nas entrelinhas) foi brilhantemente comparado por Hemingway com o iceberg (imagem acima). O iceberg tem a maior parte de seu volume submerso, fora de nossas vistas, e assim também o texto literário. Isso também ocorre num bom filme, numa boa música.


Outra analogia conhecida é a que faz Roland Barthes em O Prazer do Texto, quando compara o texto literário com um strip-tease: "O lugar mais erótico de um corpo não é lá onde o vestuário se entreabre? Na perversão (que é o regime do prazer textual) não há “zonas erógenas” (expressão aliás bastante importuna); é a intermitência, como o disse muito bem a psicanálise, que é erótica: a da pele que cintilaentre duas peças (as calças e a malha), entre duas bordas (a camisa entreaberta, a luva e a manga); é essa cintilação mesma que seduz, ou ainda: encenação de um aparecimento-desaparecimento".


DESAFIO 3 - A FADA CONCEDEU-ME PODERES MÁGICOS

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DESAFIO 3 - A FADA CONCEDEU-ME PODERES MÁGICOS
Criar um pequeno conto com esse tema. 



Exemplo:
Num passe de mágica

Estava irritadiço com tanta coisa para decidir. Problemas e mais problemas iam brotando como ratos escapulindo do esgoto. Minha cabeça estava agitada e cada vez ficava mais difícil tomar decisões. Eu, realmente, vivia um inferno astral. E quando tudo parecia definitivamente perdido, quando já me sentia totalmente derrotado, eis que surge a Blenda, uma fada magrela usando um vestidinho com brilho e sapatilhas douradas, portava uma varinha que chamava de varinha mágica. De onde será que veio essa figurinha?  Ela quase não falava, mas era muito boa para ouvir.

Blenda ficou horas me escutando, o que foi me aliviando da carga espinhosa que eu carregava. Já estava escuro quando minha voz ficou rouca e o assunto já não mostrava nenhuma novidade. Foi nesse instante que fiquei perplexo. Ela ergueu a tal varinha e me concedeu um poder mágico, um poder que vale por muitos:

— Você poderá se livrar de alguns problemas sem pedir ajuda, basta abrir a mão direita com a palma voltada para o céu, e dizer “shangrilá” . Num passe de mágica as coisas vão tomar o rumo que você desejar. Mas, cuidado, esse poder pode se voltar contra você mesmo, ou pode machucar outras pessoas. Analise bem o  pedido andes de executa-lo. Plim!

Isso foi há mais de trinta anos, nunca mais vi ou soube da Blenda, e nunca tive coragem de usar os tais poderes, mas só de saber que os tenho, meus problemas já se dissolvem como num passe de mágica


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DESAFIO 3 - A FADA CONCEDEU-ME PODERES 

MÁGICOS

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DESAFIO 2 - CONTO COM 140 PALAVRAS - SEM AS LETRAS: B – H – P - Z

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Conto com até 140 palavras - sem as letras B – H – P - Z



Não é impossível, mas é difícil.
Aproveite o word para ajudar na localização das letrinhas proibidas no seu texto, e na contagem das palavras.


Exemplo:

Desde os meus vinte e cinco vivo tentando um  feito notável, daqueles que os jornais ou revistas clássicas se interessariam e quem sabe mostrassem numa coluna sem grande notoriedade. Não, não queria ser famoso, longe de mim o sucesso, queria somente ter feito algo que iluminasse meu currículo. Muitas atividades ousadas me ocorreram desde então, e fui me alimentando delas ao longo dos anos: saltar de um avião, escrever um livro, ser ator de um filme de cinema,  nadar nas águas geladas do Alasca, casar com uma princesa, viajar num nave, enfrentar um grande inimigo da Terra.

Mas, a vida correu quase sem rumo e desvirtuou essas metas. Aos oitenta, ainda desejo conquistar esse objetivo, mas agora já não seria tão aventureiro como naquela idade. Nos dias atuais ser ousado significa ter coragem de se considerar satisfeito com quase nada.

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Envie o conto para: desafiosdeescritacriativa@gmail.com

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DESAFIO 1 - CONTO COM 100 PALAVRAS



DESAFIO 1 - CONTO COM 100 PALAVRAS
Para todos os países de língua portuguesa.


Use sua imaginação para escrever uma história curta que comece com a palavra HOJE, e termine com a palavra HOJE.

O texto deve conter a ideia completa de um conto, e deve ter exatamente 100 palavras.

Utilize a contagem de palavras do Word para ajudá-lo nessa missão.

O tema é de sua escolha.

Trabalhe bem a narrativa, use ferramentas literárias que você conhece, envolva o leitor com sua história.

Recapitulando: O desafio é escrever a história de 100 palavras, que comece e termine com a palavra HOJE.

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Férias inesquecíveis
Ledice Pereira
São Paulo–SP.

As férias na casa de praia, que o amigo do pai insistira em emprestar, ficariam para sempre na memória.
Após levarem quatro longas horas nos 150 km de estrada de terra tortuosa, debaixo de uma tempestade, que não dera trégua, chegaram ao local ao entardecer, sendo surpreendidos pela falta de energia elétrica.
Obrigados a descarregar a bagagem naquele breu e descer, pé ante pé, a escadaria que levava à casa, eles, ensopados, se perguntavam se aquela teria sido uma boa escolha.

A mãe procurou salvar a situação. Iluminou o ambiente com velas coloridas e propôs inúmeras brincadeiras.