TRÊS NARRATIVAS INVESTIGATIVAS COM INVESTIGADORA FRAN ALBUQUERQUE
Desenvolva as investigações com base nas histórias abaixo:
1. A MULHER SEM MEMÓRIA
Uma mulher adulta, com idade estimada entre 30 e 40 anos, foi localizada em estado de inconsciência à margem da rodovia BR-316, km 212, por volta das 5h40 da manhã. A vítima apresentava sinais claros de desorientação mental, sem qualquer documento de identificação, bolsa ou aparelho celular. O socorro foi acionado por um motorista que trafegava pelo trecho.
Durante o atendimento médico inicial, foram constatados hematomas nos braços e costas, além de um ferimento contuso na região temporal esquerda do crânio. O exame físico indicou que a lesão foi provocada por impacto direto com objeto rígido, compatível com um instrumento de madeira, ferro ou pedra. Possível trauma cranioencefálico. A equipe médica classificou o caso como potencial agressão.
A investigação ficou a cargo da inspetora Fran M. Albuquerque, especialista em crimes sem identificação. Fran iniciou a apuração com análise das imagens de segurança da praça de pedágio anterior, situada a cerca de 8 km do ponto de achado da vítima. O objetivo era localizar veículos suspeitos que trafegaram no intervalo de tempo compatível com a estimativa de abandono.
Simultaneamente, foi solicitado o cruzamento de dados com o sistema de reconhecimento facial nacional, utilizando as imagens da vítima capturadas no hospital sob protocolo legal. O banco de desaparecidos e registros civis foi acionado com prioridade.
Durante inspeção de campo, a inspetora identificou uma propriedade rural de pequeno porte — uma chácara a aproximadamente dois quilômetros do local. No portão de entrada, duas câmeras de vigilância foram avistadas. O proprietário foi contatado para liberação imediata das imagens das últimas 24 horas.
A linha de investigação, até o momento, considera três hipóteses principais:
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Agressão com tentativa de homicídio seguida de ocultação;
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Sequestro ou cárcere privado com fuga da vítima;
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Acidente com participação de terceiros e abandono.
Nenhum dado concreto sobre a identidade da mulher havia sido confirmado até o fechamento deste relatório preliminar. Inspetora Fran prossegue com diligências técnicas e mapeamento da área.
2. O SEQUESTRO
Na manhã de sexta-feira, Lígia Vasconcelos, 39 anos, deixou o filho, Felipe, de 12 anos, na escola por volta das 7h15. Após a saída, passou no supermercado e retornou para casa no Residencial Serra Verde, Zona Sul. Planejava organizar os preparativos da festa de aniversário do menino, marcada para o dia seguinte.
Às 10h42, o celular de Lígia tocou. A chamada, registrada como número privado, foi atendida na cozinha da residência.
A voz masculina, rouca e ameaçadora, se apresentou de forma direta:
“Você está sendo observada. Fique onde está. Não feche a janela.”
Sem pausa, o interlocutor alegou que havia sequestrado Felipe na entrada da escola e que, naquele momento, o garoto estaria trancado no porta-malas do veículo.
Lígia entrou em colapso emocional. Implorou, chorou, tentou negociar. Em vão.
“Se a polícia for envolvida ou se algo sair do meu plano, o seu filho morre. E vocês nunca mais vão encontrar o corpo. Depois, passo aí para cuidar de você e do seu marido.”
Desorientada e em estado de pânico, Lígia perguntou o que o criminoso queria. A resposta foi imediata:
“Simples. O saldo das aplicações de vocês. Já tenho acesso aos extratos. Dois milhões de reais. Agora. Vai ligar pro seu marido. Ele transfere tudo para a chave temporária: travessuras@gmail.com. Tem uma hora. E o seu filho, também.”
A ligação foi encerrada às 10h46. Nenhum outro contato foi feito em seguida.
O marido, Eduardo Vasconcelos, 45, gerente de tecnologia em uma empresa de médio porte, recebeu a chamada da esposa em prantos. Sem hesitar, realizou a transferência integral da quantia solicitada via PIX para a chave fornecida, sem questionar ou tentar contato com autoridades — temendo que qualquer atitude colocasse em risco a vida do filho.
Horas se passaram. Nenhum novo contato do sequestrador. Nenhuma exigência adicional. Nenhuma confirmação do suposto sequestro.
Às 17h58, o ônibus escolar buzinou em frente à residência. Para surpresa do casal, Felipe desceu normalmente, sorridente, acenando aos colegas. Não havia sido retirado da escola. Não houve qualquer interrupção em sua rotina diária.
O caso foi então classificado como “falso sequestro com extorsão mediante ameaça” e encaminhado à investigadora Fran M. Albuquerque, especialista em crimes digitais e extorsão financeira.
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A chave travessuras@gmail.com foi identificada como conta temporária aberta com dados falsos e rota de IP mascarada via VPN estrangeira.
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O telefone da vítima não apresentou rastros de GPS ativo do possível sequestrador, mas a gravação da chamada foi preservada e será submetida a análise de voz.
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O casal foi orientado a não realizar novas movimentações financeiras.
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A investigação avança agora com foco em engenharia social digital, possível vazamento bancário, e conexão com rede criminosa especializada em fraudes emocionais.
3. O SEGREDO DE JAQUELINE
Naquela tarde, Jaqueline saiu do trabalho mais apressada que o habitual. Tinha uma reunião marcada com dois advogados — algo sobre uma herança. Não lhe deram detalhes. Só disseram que ela constava como beneficiária de um testamento recente. Aquilo a intrigava. Herança de quem? Não reconhecia o nome mencionado. Mas decidiu comparecer.
— Hoje não posso esperar você — disse à colega da bancada. — Tenho um compromisso importante.
A amiga apenas acenou, e Jaqueline apertou o botão do elevador. Lá embaixo, já cruzando a calçada, algo lhe chamou a atenção. Próximo a uma mureta, entre uma árvore e a lixeira do prédio, estava uma valise preta, de couro legítimo, muito bem cuidada. Aparentava ser de alguém importante. Jaqueline olhou discretamente ao redor. Ninguém parecia procurá-la. Abriu-a com cautela. Dentro, uma carteira com um cartão de visitas, pastas com documentos organizados e... um nome: Gabriel Nogueira.
Teve o impulso de voltar ao prédio e deixar na portaria, mas o relógio não permitia. Já estava atrasada demais. Levou a valise consigo, decidida a localizar o dono depois da reunião.
O escritório de advocacia era discreto, num prédio comercial antigo. Às 18h32, Jaqueline foi recebida por dois advogados de fala precisa e expressão neutra. Ofereceram café, pediram que se sentasse e lhe entregaram uma pasta.
— O senhor Luiz Alberto Dias faleceu há duas semanas — disse um deles. — E deixou instruções claras no testamento: parte significativa de seus bens deve ser destinada a você.
— Mas… eu não conheço nenhum Luiz Alberto — respondeu, confusa.
— Ele a reconhecia como filha — o outro completou, folheando um papel timbrado.
A reunião terminou em poucos minutos com orientações para que assinasse os documentos. Jaqueline saiu do escritório com um misto de estranheza e inquietação. Tudo parecia um sonho, não parecia real.
De volta ao apartamento alugado na mesma rua em que trabalhava, Sua mente fervilhava em torno do que acontecera naquele escritório. Nem sabia ao certo de que bens eles falavam. Jaqueline respirou fundo e finalmente pesquisou o nome no cartão da valise. Gabriel Nogueira. Advogado criminalista. Escritório a poucos quarteirões dali. Ligou. A secretária atendeu, surpresa.
— Ele está procurando por essa pasta desde o início da tarde!
Marcou com ele no dia seguinte, para entregar pessoalmente.
Gabriel apareceu pontualmente. Era um homem de meia-idade, gentil, de fala firme, e olhar atento. Quando ela lhe entregou a pasta intacta, ele pareceu observar mais do que agradecer.
— Curioso como o destino age… — disse ele, pensativo. — Essa valise caiu em boas mãos.
Ela sorriu, sem entender completamente. Tomaram um café. Conversaram mais do que o necessário. Havia algo familiar naquele homem. Uma sintonia discreta.
Nas semanas seguintes, Gabriel e Jaqueline se encontraram outras vezes, se tornaram próximos. Descobriram afinidades improváveis, gostos semelhantes, visões parecidas sobre justiça e ética. Ela lhe contou sobre a herança. Ele ouviu em silêncio.
— Luiz Alberto Dias... — murmurou. — Não conheci pessoalmente, mas ouvi falar dele. Um empresário do ramo metalúrgico, um homem recluso. Muito inteligente.
Mas algo no olhar de Gabriel deixava transparecer que havia mais. Como se aquela valise tivesse sido esquecida propositalmente.
E com o tempo, Jaqueline começaria a desconfiar de que aquela herança não era apenas uma questão legal, mas uma ponte cuidadosamente arquitetada para revelar a verdade sobre seu passado.
E talvez, Gabriel soubesse mais do que dizia.
Jaqueline estava com medo. Contratou a investigadora Fran M. Albuquerque para descobrir quem é seu pai, quem é Gabriel, quem é ela mesma...
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